sexta-feira, 12 de junho de 2009

Eu te Amo...mas é em Cristo Jesus...

Você se considera uma pessoa recatada ou audaciosa quando se trata de transmitir sentimentos?
Se responder a segunda opção, então você teria coragem e desprendimento de dizer "Eu te Amo" para um irmão ou amigo, não é verdade?
Eu estava pensando outro dia na questão de que certos cristãos têm medo ou receio em dizer que ama algum amigo ou amiga. Seja esse cristão tímido ou não. Com certeza isto tem uma explicação sócio-antropológica. Alguns crentes fundamentalistas podem confirmar, ou não, que sentem esse medo de expressar sentimentos pessoais. E vou mais além, penso que essas pessoas preferem se referir a Deus como o Deus distante e sombrio e mão como Pai e ajudador constante, devido, sobretudo, a esse temor a amar e dizer que ama.
Recordo-me de (há alguns anos atrás) ter recebido de uma querida amiga um bilhetinho com um recado escrito nele. No final do recado lei: Eu te amo, em Cristo Jesus. Este é um tipo de clichê evangelitizado que antes eu até possivelmente fizesse uso dele. Mas pensando melhor, será que utilizar-se da expressão "Em Cristo Jesus" depois da "Eu te Amo" não seria apenas uma forma de garantir que o tipo desse amor não se tratava do EROS e sim do ÁGAPE? Sim, com certeza esta seria e explicação-razão, ao meu entender, que se ajustaria melhor e essa situação.
Algumas vezes nós andamos pisando em ovos quando é necessário e conveniente que, sem medo, pisemos forte no chão. Jesus uma vez ensinou: "E ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo rebenta os odres velhos, estragando-se os odres e derramando-se o vinho. Vinho novo deve ser posto em odres novos (Lucas 5.37,38). Estas palavras de Cristo são interpretadas pelo escritor Howard Snyder - em seu livro Vinho Novo, Odres Novos - de uma forma interessante, quando diz que "Existe aquilo que é novo, poderoso e essencial - o evangelho de Jesus Cristo. E existe aquilo que é secundário, subsidiário feito por mãos humanas. São os odres - tradições, estruturas e padrões de conduta e ação que se desenvolveram ao redor do evangelho (...) Que tipos de odres são mais compatíveis com o evanhelho em nossa emergente sociedade global? Isso porque os odres são o ponto de contato entre o vinho e o mundo. São determinados tanto pelas propriedades do vinho como pelas pressões do mundo e surgem quando o evangelho divino toca a cultura humana". É claro que o amor de Deus que está em nós e nos preenche tem a capacidade de fazer-nos amar uns aos outros, com sinceridade. Porém, nós precisamos deixar para o passado aquilo que não mais nos acrescenta; clichês e dizeres supérfluos, por exemplo. Aprendendo com Jesus, devemos trocar os odres velhos por novos. Odres velhos não têm mais uso e precisão, pois se tornaram anacrônicos.
Eu, particularmente, aprendi a dizer "Eu te Amo" na hora oportuna. Mas também tento não me deixar levar por um momento de êxtase e interpretá-lo como um sentimento real. É possível saber quando se ama de verdade e quando se está apenas sendo levado pelo emocionalismo.
Cristão, utilize a liberdade que você tem EM CRISTO JESUS e declare, sem resevas e receio seu amor a alguém importante pra você. Mas que tudo tenha descência. Seja livre dos odres velhos, em nome de Jesus e ame, agindo sempre com sabedoria.

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai". (Filipenses 4:8)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cristo sim! Cristianismo não!

É difícil fugir da conclusão de que, hoje, uma das maiores barreiras que se erguem contra o evangelho de Jesus Cristo é a igreja institucional. Há alguns anos, um estudante protestava brandindo uma placa que dizia: "Cristo sim! Cristianismo não!" Penso que ele expressava o que muitos sentem: na grande maioria das vezes a igreja institucional representa algo radicalmente diferente do Jesus Cristo da Bíblia.

(...)

A situação hoje não deixa de ser irônica. Por um lado, grande parte da igreja institucionalizada fala em seu cantinho consigo mesma sobre como ser relevante, e adota uma teologia que tem como premissa não declarada: "Se você não pode vencê-los, junte-se a eles". Muitas vezes ela apresenta uma "teologia" de causas políticas e/ou sociais ligada de modo tão desesperador a modismos culturais passageiros, que ela morre bem antes que os teólogos que a inventaram.

Enquanto isso, de volta às telas da tv, uma enxurrada de programas de entrevista domina a cena, ignorando a igreja enquanto seus participantes tagarelam acerca de suas experiências e relacionamentos. As pessoas não querem uma teologia em que crer ou mesmo uma causa pela qual viver, mas acima de tudo uma experiência que pareça real. Na falta disso, enchem sua vida com descartáveis emocionais como sexo, drogas, relacionamentos egocêntricos e misticismo da Nova Era. Gangues de adolescentes emesmo grupos de punk rock e rap, estão na verdade representando uma parábola dramatizada. Estão dizendo: "Queremos um gostinho da experiência".

Nós poderíamos oferecer isso. A igreja poderia apresentar Cristo, não uma instituição ou uma teologia ou um programa. A igreja poderia apresentar Jesus, não um cristianismo antiquado a adulterado. Mas é claro que ela não o faz. Ela tenta fermentar um vinho novo em vez de jogar fora os odres velhos. Na maioria das vezes, a igreja não está apenas no mundo; em grande medida, ela é também do mundo.

Escrevo como um evangélico que aceita que a Bíblia tem plena autoridade. Se estivéssemos falando aqui apenas no aspecto teológico, poderíamos lançar nossas críticas contra a igreja e nos manter confortavelmente longe de qualquer perturbação, pois poderíamos atribuir toda a culpa ao liberalismo doutrinário. Porém, quando falamos de assuntos como divisão de classes, discriminação racial, institucionalismo, negligência em relação aos pobres e ao centro velho das grandes cidades, e a falta de consciência social e impacto cultural, estamos sendo confrontados por problemas que estão presentes tanto ( e às vezes até mais) nas igrejas evangélicas e fundamentalistas como nas assim chamadas igrejas liberais.

(...)

Obviamente, não é que a igreja hoje não tenha propostas para renovação. Mas a maioria dessas sugestões é herética ou não é radical o suficiente. São heréticas, pois jogam no lixo o evangelho bíblico em troca de algo mais "relevante". Ou não são radicais o bastante: tantam permanecer atadas, mais do que devem, a tradições, organizações e estruturas da igreja. A maioria dos programas de renovação sugeridos por autores evangélicos enquadra-se nessa última categoria, com algumas exceções notáveis.

Para um evangelho radical (bíblico) precisamos de uma igreja radical (bíblica). Para um vinho sempre novo devemos ter continuamente odres novos.

LIVRO: Vinho novo, odres novos.
AUTOR: Howard Snyder.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

TUDO É VAIDADE E AFLIÇÃO DE ESPÍRITO

2:1 DISSE eu no meu coração: Ora vem, eu te provarei com alegria; portanto goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade.
2:2 Ao riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve esta?
2:3 Busquei no meu coração como estimular com vinho a minha carne (regendo porém o meu coração com sabedoria), e entregar-me à loucura, até ver o que seria melhor que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu durante o número dos dias de sua vida.
2:4 Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas.
2:5 Fiz para mim hortas e jardins, e plantei neles árvores de toda a espécie de fruto.
2:6 Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores.
2:7 Adquiri servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também tive grandes possessões de gados e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém.
2:8 Adquiri servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também tive grandes possessões de gados e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém.
2:9 E fui engrandecido, e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria.
2:10 E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho.
2:11 E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.
2:12 Então passei a contemplar a sabedoria, e a loucura e a estultícia. Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram.
2:13 Então vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas.
2:14 Os olhos do homem sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; então também entendi eu que o mesmo lhes sucede a ambos.
2:15 Assim eu disse no meu coração: Como acontece ao tolo, assim me sucederá a mim; por que então busquei eu mais a sabedoria? Então disse no meu coração que também isto era vaidade.
2:16 Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto de tudo, nos dias futuros, total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o tolo!
2:17 Por isso odiei esta vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é vaidade e aflição de espírito.
2:18 Também eu odiei todo o meu trabalho, que realizei debaixo do sol, visto que eu havia de deixá-lo ao homem que viesse depois de mim.
2:19 E quem sabe se será sábio ou tolo? Todavia, se assenhoreará de todo o meu trabalho que realizei e em que me houve sabiamente debaixo do sol; também isto é vaidade.
2:20 Então eu me volvi e entreguei o meu coração ao desespero no tocante ao trabalho, o qual realizei debaixo do sol.
2:21 Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, conhecimento, e destreza; contudo deixará o seu trabalho como porção de quem nele não trabalhou; também isto é vaidade e grande mal.
2:22 Porque, que mais tem o homem de todo o seu trabalho, e da aflição do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol?
2:23 Porque todos os seus dias são dores, e a sua ocupação é aflição; até de noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade.
2:24 Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer com que sua alma goze do bem do seu trabalho. Também vi que isto vem da mão de Deus.
2:25 Pois quem pode comer, ou quem pode gozar melhor do que eu?
2:26 Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria e conhecimento e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, para dá-lo ao que é bom perante Deus. Também isto é vaidade e aflição de espírito.

ECLESIASTES 2













terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sou mais "santo"


"Percebi que os cristãos apresentam uma tendência muito grande a ficar irados com aqueles que não são como eles", disse-me um homem, alguém que dirige uma organização que atende a pessoas com Aids. Notei exatamente o mesmo padrão. Depois de escrever um livro sobre minha amizade com Mel White, um ex - ghost writer de cristãos famosos, e agora um destacado ativista gay, recebi uma enorme quantidade de cartas condenando-me por continuar aquela amizade. "Como você consegue ser amigo de um pecador como aquele?", bradavam as cartas. Pensei muito sobre o assunto e saí com diversas respostas que creio serem bíblicas. A resposta mais sucinta, porém, é outra pergunta: como Mel White pode continuar sendo amigo de um pecador como eu? A única esperança para qualquer um de nós independentemente de nossos pecados particulares, reside na inabalável confiança num Deus que inexplicavelmente ama pecadores, inclusive aqueles que pecam de maneiras diferentes das nossas.


LIVRO: Alma Sobrevivente (Philip Yancey)





Vamos parar com a hipocrisia e a ilusão de ter santidade maior que outros...

Somos meros pecadores precisando sempre da ajuda do Criador!

Maus Tempos

Prepare seu espírito, sela teu cavalo e não olhe para trás/Sai em disparada porque as pessoas são más e os tempos são maus/Chegou a sua vez de lutar, meu grande amigo/O bosque cortado ao longo do caminho é cheio de perigos/Ao redor, todas as épocas da sua vida te confrontam/Mas que todos os que se levantam sejam também os que tombam/Mete a mão na espada, segura firme seu escudo, pois o terremoto vai abrir um abismo profundo e as bestas do Apocalipse vão querer matar você/Clame a Jesus Cristo e trave um bom combate, mantenha-se vivo, pois é sua vez de lutar, meu grande amigo/Os ventos sopram fortes, ao seu lado brotam mortes/Mas se credes não será atingido/Se caíres do penhasco para o mar, enfrente o maremoto/Lute com as bestas marinha, se sobreponha e permaneça/Saia da água para a areia e enfrente a tormenta/A cruz é o seu brasão, fique firme e sobreviva no olho do furacão/Crave sua espada bem fundo na testa do dragão/Grite mais alto do que o trovão. Pegue o relâmpago com a mão/Lance-o sobre os inimigos.Os tempos são difíceis, mas não são invencíveis/Somente os guerreiros do futuro jogarão os próximos níveis/Marche! O bom soldado luta na guerra e nunca desertou/O bom soldado empunha a espada e grita hô.
Choveu quarenta dias, choveu quarenta noites/Pra tudo que era lado, só água, gente afogada e mais nada/Em outra época, saraivada quente como brasa caiu do céu/Querem te enforcar mesmo sem você ser réu/O rei cruel mandou matar as criancinhas/Sorrateiro como a raposa que devora a galinha/É o suplantador que quer você rangendo os dentes e chorando de dor/Existem tempos em que acaba o amor/Tempos em que a alma se transforma num estojo de terror/Fica como uma noite escura numa floresta de horror/Um circo macabro, onde tudo queima num misto de ódio e rancor/Seja astuto como a serpente, passe a fase e vá para o nível superior/O bom GF joga o jogo e nunca tomba/Se for preciso, bate as asas e voa que nem pomba/Use o poder do Leão como recurso para a luta/No derramar das 7 taças os covardes vão dar fuga/Se entrardes na fornalha, não vai queimar/Deus ali entrará contigo, para te guardar/Quando você for preso, seu louvor derrubará as paredes do cativeiro/No meio do vendaval um anjo vai segurar o vento, para você sair ileso/Se faraó te ameaçar, seja homem e fique forte/Pois só Deus sabe a hora da sua morte/Só Deus sabe a hora da minha morte!
"Maus tempos"-APC 16.
Esses dias tenho vivido tempos assim...
Os tempos estão maus e as pessoas principalmente...
As épocas da minha vida têm me confrontado...
Mas eu ainda escolho seguir a Deus...
Sinto (ou não sinto) Deus muito longe, mas não vou desistir d'Ele...
Meu dilema: será que o céu é inalcansável?
Amigos...
Quando esses maus tempos deixarem de existir e eu encontrar
respostas...eu publicarei minha guerra vencida pra vcs!
Torçam por mim!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Recusa de julgamento de dados


É em nome daquilo que se julga ser a racionalidade - mas que não é mais do que a racionalização, isto é, o sistema de idéias autojustificadas - que se recusa o julgamento dos dados; a emergência de uma idéia nova, pelo escândalo que provoca num sistema, pela ruína que ameaça introduzir, é vista como irracional, porque vai destruir aquilo que esse sistema julgava ser a sua própria racionalidade. Foi por isso, aliás, que as primeiras descobertas científicas pareceram inteiramente irracionais.
(...) Na minha opinião, o trágico, não é tanto o que representa o processo de desapossamneto e de perda da reflexão, mas é que a maior parte das pessoas está feliz com isso, "se é assim, está bom" e elas estão absolutamente encantadas. É a história de La Fontaine, O cachorro e o lobo: o cachorro está muito orgulhoso da coleira que usa no pescoço. E chegamos a esse fenômeno: a recusa de se conscientizar da perda da possibilidade de refletir.
(...) Dito de outra forma, a democracia é a produtividade da diversidade.
(...) Em outras palavras, conhecer é negociar, trabalhar, discutir, debater-se com o desconhecido que se reconstitui incessantemente, porque toda solução produz nova questão.


- Livro: CIÊNCIA COM CONSCIÊNCIA-
Edgar Morin.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O tempo

A sucessão dos anos, dias, horas, etc., que envolve a noção de presente, passado e futuro; momento ou ocasião apropriada para que uma coisa se realize; época, estação; as condições meteorológicas. Gramática: flexão indicativa do momento a que se refere a ação ou o estado verbal. Música: cada uma das partes, em andamentos diferentes, em que se dividem certas peças. Estas são idéias gerais sobre o tempo, segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Mas abordarei única e brevemente a noção subjetiva de tempo “cronológico”.
Em primeiro lugar, refletindo sobre as palavras de Edgar Morin (sociólogo e pensador francês), quando diz que nosso mundo faz parte de nossa visão de mundo, a qual faz parte de nosso mundo; proponho, de antemão, que nunca chegaremos a uma conclusão exata e inquestionável do que venha a ser realmente o tempo, já que nossas deferências se baseiam na visão que temos sobre o mundo. Por conseguinte, as coisas podem não ser como realmente pensamos que seja; elas podem transcender à nossa razão.
É fascinante o grau de complexidade que apresentam certos debates sobre tempo e espaço. Mas o que vem caracterizar o tempo?
Observo a fotografia de uma criança. Anos depois observo a imagem da mesma pessoa só que em uma fotografia diferente, e percebo que seus traços físicos não são os mesmos. Ela apresenta transformações na aparência. Como também apresenta um outro perfil psicológico. As mudanças podem se apresentar em pormenores, mas é inegável que elas existam.
Saio de casa para uma viagem de três meses. Fica ninguém em casa. Quando volto, observo que as plantas não estão mais tão verdes e vivas como as deixei, afinal, ficaram sem água durante três meses inteiros. Há uma quantidade considerável de poeira nos cantos da casa e sobre os móveis. Descubro, ao abrir a geladeira, alimentos estragados. O que infiro através desses dois exemplos é que a característica primordial pertinente ao tempo é a mudança. O tempo é notado pelas mutações conseqüentes a ele.
Uma outra característica lógica, porém interessante de que fala Edgar Morin, é a “irreversibilidade ontológica do tempo”. Analiso: não se pode “voltar no tempo”. Ele é irreversível, logo, a irreversibilidade é uma característica comum inerente ao tempo, ou seja, é uma característica “ontológica do tempo”.
Por último, apresento outra idéia temporal, ou seja, relativa ao tempo, que é a noção de eternidade. Perfeitamente crível para alguns e não crível para outros. Segundo Vinícius de Morais (compositor de MPB), “que o amor seja eterno enquanto dure”. No soneto, o trecho que antecede diz “que não seja imortal, posto que é chama”, ou seja, um dia deixa de existir. Penso então que o autor não objetivou dar um sentido sobrenatural ao termo “eterno”, pois só será eterno enquanto existir, enquanto durar. Julgo melhor, a expressão “enquanto dure” dá idéia de que em algum momento o amor pode acabar, e considerando que eterno é aquilo que não finda, que é imortal, incessante, então, essa eternidade de que fala Vinícius é natural, conseqüentemente finita.
Isto proposto, pergunto: em se tratando de tempo, o que trará sentido e propósito à minha frágil existência? A crença em uma “eternidade eterna” e satisfatória, realmente inacabável, portanto sobrenatural.
Esta será a recompensa que dará razão às escolhas que fiz e ao que construí durante esse “tempo” natural, finito.